domingo, 18 de abril de 2010

O que eu também não entendo...

Cena 1:

Ele entra na redação e pergunta:

– Cadê ela?

– Acabou de sair. Foi fazer uma matéria. Mas se você correr, ainda a pega na garagem!, responde a amiga.

Ele sai.

Tic tac, tic tac. Horas depois...

Cena 2:

Ela encontra com a amiga e comenta:

– Amiga, ele desceu até a garagem só pra me dar um beijinho. Tão lindo!





Cena 3:

O pauteiro diz para a jornalista que ela tem uma matéria factual para fazer naquele momento. Diante da dificuldade de encontrar as informações necessárias, ela resolve apelar para a fonte/paquera. Entre uma pergunta e outra, ele dispara:

– Vai para o seu barzinho preferido hoje?

– Sim.

– Então, eu vou – disse a fonte/paquera.

Ela, que já tinha perdido a conta do número de vezes que o tinha chamado para o lugar, riu o desdenhou daquela afirmação.

Cena 4:

É início da madrugada. A jornalista está no tal barzinho preferido. Desta vez, muito a vontade, dançando livremente. Quando de repente... é surpreendida pela presença da fonte/paquera a sua frente.

– Eu não falei que vinha? Aqui estou! Vim buscar você!

Ela ficou parada olhando fixamente para ele por cinco minutos. Não sabia o que fazer e menos ainda o que falar.

– Me buscar? Como assim?

– Vou levar você para o forró.

E levou a jornalista.



Agora vem a historinha. O personagem ‘Ele’ das cenas 1 e 2 é um jovem que diz não querer nada sério com ninguém no momento, mas quer ficar com Ela todo dia. Ou como ele costuma dizer, quer apenas ‘curtir’. De uma forma ou de outra procura por Ela todos os dias. E ai vem a questão. O que Ele quer com Ela, afinal?

Já o personagem ‘Fonte/paquera’ das cenas 3 e 4 é um pouco mais profundo e complicado. Por diversas vezes já pediu a moça em namoro. Até em casamento! Mas vive num joguinho de gato e rato. Some e aparece. E isso gera a mesma dúvida: o que ele quer com ela, afinal?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Canalha não merece poesia!




'...mais fácil aprender japonês em braile...'
Do que identificar um canalha
Antes de a canalhice ser consumada

Porque canalha que é canalha
Não vem com conversa mastigada
Dessas que a gente já sabe muito bem
Onde vai chegar e como engolir

Canalha que é canalha
Prepara um terreno, aduba o solo
E planta todas as sementes da ilusão
Para só depois chegarmos a conclusão
De que a terra ficou infértil
Canalha que é canalha
Deixa a vítima virar deserto

O típico canalha
Dá uma de ‘último-romântico-
Incompreendido-gentleman-da-
Silva-amoroso-fiel-constante-e-
Seguro-de-si’
Para conseguir o que quer
Seja o sexo, seja o que for
E,
Só então,
como quem não quer
Nada,
‘está-confuso-precisa-de-um-
tempo-precisa-pensar-a-cigana-
disse-que-não-iria-dar-certo”
Canalha que é canalha nunca perde tempo..

Canalha que se preze
É tão estratégico
Que cresceu lendo Maquiavel,
Arte da Guerra e revista de psicologia barata
E, para completar, jogou muito The Sims
(e, quando não existia, jogava banco imobiliário, war
ou pac-man)
E hoje acha que a vida é um jogo virtual de ganhar ou perder..
Canalha que se preze
Sempre perde no final

Canalha que é canalha
É salvo pelo gongo
E não cansa de andar no meio- fio
Para conquistar o título que o merece...

Uma vez canalha, sempre sozinho

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Dá licença, mas eu vou sair do sério...






Redação é fogo. Rola de tudo um pouco. As notícias que merecem destaque não são só aquelas que se vê em noticiários, jornais ou sites de notícia. Fala-se de mim, de você, de fulana, sicrana e beltrano. Da roupa ao 'affair', o bafafá corre solto e morre com a língua do lado de fora.

Mas há quem consiga sublimar (ou pelo menos empurrar, assim, por entre as pautas frias...) essas circunstâncias e trocar os pormenores dos bastidores para algo um tanto mais ousado: filosofar! E a filosofia é uma coisa linda, principalmente quando damos alguma utilidade à coitada.

Lamentando a - suposta - falta de sorte da qual nossa condição é sujeita, e obvialmente não conformadas com essa denominação de sexo frágil, percebemos que, entre a complexidade das relações, alguns sinais sutis mostram o quanto podemos tirar de letra - quase sempre - esses enganos e desenganos provocados pelos desafios pós-modernos, relacionamentos líquidos e, sejamos diretas, a tantas vezes previsível raça masculina.

Foi com essas viagens num dia particularmente calmo demais e, partindo do princípio de que nós, mulheres, não somos nada de sexo frágil- como dizia Elisa Lucinda, somos desdobráveis - que estas duas jornalistas que aqui vos falam decidiram fazer dessas situações cotidianas um serviço bloqueiro de utilidade pública!

Divirtam-se!