quarta-feira, 28 de julho de 2010

Não é fácil...


Por esses dias aconteceu uma coisa imprevisível, inesperada, e todos os 'in's que remetam a surpreendente. É. Eu ouvi uma declaração de amor!

O cenário era perfeito e propício para a situação... era madrugada, em um praia linda e apenas nós dois sob o olhar vigilante de uma lua maravilhosamente cheia. Apenas ela para testemunhar o que eu estava prestes a ouvir.

A cena, que caberia muito bem em qualquer novela das oito, começou com um abraço. Um puro abraço. E o beijo?! Não, não teve - para lamento de muitos.

Ficamos abraçados por minutos, mas minha incompreensão sobre o que acontecia ao meu redor era tamanha que aquele pouquíssimo tempo me pareceu horas...

Eis que ele finalmente começa a falar... e relembrar o passado. A história é mais ou menos assim: nós nos conhecemos, nos envolvemos, ficamos um tempo e sem motivo algum nos afastamos.

O motivo do afastamento? Descobri naquele dia, ele havia se apaixonado! E por mais de seis meses a situação se arrastou. Nós nos víamos com frequência. Mas nunca, nunca ficamos durante esse período. E ele sufocou. Sentiu uma necessidade gritante de me ver, conversar comigo.

Foi atrás. Deixou de viajar só para falar comigo. Queria finalmente me dizer com lágrimas no olhos...

"EU TE AMO, PORRA!"

Me disse assim, sem meias palavras, curto e grosso.

E eu? Não sabia o que dizer. Pensei 'caraaaaaaaaca! E agora?'. Na tal novela das oito, essa seria a hora que eu diria "eu também te amo!" e depois, um lindo beijo! Mas eu não podia dizer isso. Seria falso e mentiroso. Fiquei calada.

E ele continuou a dizer, tentando segurar as lágrimas, que eu trazia a ele um sentimento gostoso e que a tempos não sentia.. E repetiu por várias vezes, com a voz embargada, o quanto era maravilhoso sentir aquilo. E eu?! Calada.

Por fim, e ainda na praia, disse a verdade, que apesar de gostar muito dele, meu sentimento não era recíproco...

Saindo da praia em direção ao carro ele ainda fez questão de gritar "EU ESTOU APAIXONADO POR VC!"...

Me deixou em casa e eu não consegui dormir aquela noite. Pensei, pensei, pensei...

O amor é mesmo complicado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
(Acho que por isso o meu chefe me disse hoje 'eu me arrependo do dia em que me apaixonei...'. )

Caramba! Eu queria ter ouvido aquilo tudo do carinha que estou afim.. Tá bom, tá bom.. tudo é demais. Ouvir um 'eu vou ficar só com vc...' já me bastaria nesse momento!!! kkkkkkkkkkkkkkk


Mas, nem isso...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fim.



Eu estava decidida. Há dois meses a ideia de acabar aquele pseudo relacionamento martelava a minha cabeça.


Fui atrás dele. Chamei pra conversar. Ele concordou, mas por duas vezes fugiu sob alegação de que 'não era a hora', 'não estava bem e não queria me apresentar seu lado monstro'. Tudo bem... pensei até em acabar de uma forma simples, via email, mas ele me convidou para um almoço. Mesmo desconfiada de que esse encontro não se realizaria, aceitei, claro!


Na hora marca, para minha surpresa, ele estava na porta da empresa a minha espera. Eu estava tão sei jeito que mal o cumprimentei, disse apenas um singelo 'oi' e fomos durante todo o caminho, praticamente calados, apesar da tentativa de puxar assunto da parte dele.


Ao chegar no restaurante, escolhido por ele, conversamos diversas bobagens. Sabe aquele tipo de conversa que vc sempre quis ter e nunca teve? Pois bem, eu estava ali papeando e conhecendo, em quatro horas de almoço, coisas daquele homem que em seis meses de uma falsa relação eu nunca descobri. Fiquei surpresa.


E quando o assunto que de fato nos levou aquele almoço foi à tona, ele me pediu desculpas 'por todo sofrimento causado'. Mas para mim, era o fim. Então, resolvi atender o que seria seu 'último pedido': passar a tarde ali com ele. (1º erro!)


Conversa vai, conversa vem, ficamos. (2º erro!) Mas minha decisão continuava a mesmo: acabou.


Fui para casa e fiquei com tudo que tinha acontecido na cabeça. Agoniada, inquieta.


Não resisti, saimos de novo. Recaída. (3º erro!)


Agora, as coisas me intrigavam ainda mais.. estava curiosa para saber o porquê de tantas mudanças. Me deixei envolver.


Diante disso, até criei uma teoria: ele, geminiano dissimulado, queria me conquistar, me iludir e me ter na mão.


Verdade ou não, fato é que me envolvi mesmo. E agora, sentia uma necessidade estranha de dizer tudo que me agoniava.


E aquelas recaídas, que antes eram erros, agora foi um acerto. Nos encontramos, acho que pela última vez, só para que eu dissesse o que realmente sentia. Não me intimidei. Disse tudo. (leia-se como tudo: estou envolvida, apaixonada, interessada em uma relação de verdade). Falei!


Depois disso tudo, mesmo sabendo que foi uma despedida, me sinto leve. Com a sensação de dever cumprido. Sem arrependimentos.


O que levo de tudo isso? A sensação de que por mais definitiva que seja uma decisão, quando envolve duas pessoas, vc pode se surpreender.


Fim. Porque é hora de começar tudo novo...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O que eu não quero...

“Ele é uma espécime tão comum de homem que me impressiona você ter se interessado por ele”. Acabo de ouvir essa frase de uma amiga da redação. E de que homem ela está falando? Daqueles que se acumulam a quilo: previsíveis, fáceis, mentirosos e que te chamam de ‘amor’ – nunca gostei desse tipo.

Eu sempre gostei do impossível. De ir à luta, de conquistar... coisa meio de ‘homem’ até. E de repente, não mais que de repente, me aparece esse cidadão. Eu devia estar distraída. Nossa que desculpa mais esfarrapada. Mas tem um fundinho de verdade nela.

É que não queria me envolver, me comprometer, me doar. E ele era tudo isso. Um alguém para sair de vez em quando, curtir e só. Mas as coisas tomaram outros rumos. Calma! Eu não cheguei a gostei dele. Ele não me deu espaço para isso – vivia de celular desligado, off nos finais de semana, resumindo: só existia em horário comercial.

Mas do nada, quando me abusei e decidi que não queria mais vê-lo nem pintado de azul, ele reaparece todo bonzinho... me ligando infinitas vezes, inclusive nos fins de semana, me chamando para sair e ignorando todos os meus ‘foras’. Estranho isso. Mas eu continuei firme com a minha decisão: o que a gente nunca teve estava acabado.

Mas é dono de um cara de pau surpreendente. Nos encontramos por acaso em um lugar público e com quem ele estava? Uma namorada, que ele havia me garantido ter acabado. E no dia seguinte, me liga como se nada tivesse acontecido, chamando para sair. Talvez não precise dizer, mas eu, além de super grossa no telefone, recusei.

E agora? Estou aqui, sentada, tentando trabalhar, mas contando os minutos para dizer cara a cara tudo que esse palhaço precisa ouvir...

E depois? Vou procurar as espécimes raras que me encantam e atraem...



p.s – só para acrescentar... e no meio de tudo isso, ele ainda usou uma amiga em comum para fazer o lado dele. Sempre fingindo de bom moço e eu como a vilã, a bruxa, ‘a menina má que não tava nem ai pra ele...’.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A verídica história de Juan Pablo e sua longa múltipla love story


Como diria Ariano Suassuna, o que é bom de passar é ruim de contar e o que é ruim de passar é bom de contar. Pois bem. Esta história que agora vos relato aconteceu com uma pessoa muitíssimo próxima que eu vou chamar, devido à proximidade dos fatos com aquelas novelas mexicanas dos anos 90, de Juan Pablo. Com o perdão da parcialidade em sua versão dos fatos – e da minha licença literária totalmente legítima – asseguro que esta é a mais destilada verdade a que pude chegar.

Pois então Juan Pablo conheceu Joaquina. Joaquina ficou perdidamente apaixonada por Juan Pablo. Juan Pablo a via como a menina com quem iria viver até o infinito (ou alguma coisa assim piegas-que-a-gente-sempre-quer-acreditar-que-existe.. e existe!). E assim eles tiveram horas, dias, ok, meses felizes e alegres e encantadores.

Mas nem tudo são flores. Ele descobriu com amargor e pequenas parcelas de dores.

Ocorre que Joaquina tinha um dragão em sua casa, que crescia cada vez mais sob a mesa de renda em que Juan Pablo mostrava todo o seu chá de cueca – aquele que servia justamente para segurá-la (mas a narradora que aqui vos fala não entrará nestes detalhes sórdidos). O dragão era a insegurança.. que soltava seu fogo gelado com cada vez maior força sobre o romance mexicano que Juan Pablo, com todos os seus dois metros e meio de altura, não conseguiu conter. Sim. O que parecia uma super história tipo Maria do Bairro terminou em algo como Alien x Predador. Quem era o Alien? Quem era o Predador? Até hoje não se sabe...


O que se sabe é que Juan Pablo reuniu todas as suas forças e disse Basta. “Yo solo quiero saber de lo que puede dar cierto”, cantarolava ele, com lágrimas nos olhos e uma garrafa de aguardente. Até que o Crepúsculo se foi e finalmente chegou... o Amanhecer...


Amanheceu com Francesca. Tudo era lindo e por do sol com Francesca. Mas Francesca morava em um outro país. A distância, os ventos fortes, a diferença de fuso-horário fez com que Juan Pablo deixasse Francesca naturalmente. Com muito pesar pelo fim, aguardente era o que lhe restava.

E porque Juan Pablo faz jus ao nome e não para quieto, belo dia conheceu Emiliana. “Emililililiana sim será a mãe dos meus 14 filhos”, pensava, esperançoso, imaginando-se no último capítulo da novela das 8. Ele, José Meyer. Ela, Vera Fisher. Tudo certo, perfeito, perfect, Love story total.

But Nooooot.

Tudo se revolucionou e o controle remoto mostrou o quão remoto era o controle de J.P sobre sua trama de vida. O que era romance virou uma super mistura de Atração Fatal (sem a parte da traição - até onde eu, a narradora, saiba).



Acontece que Joaquina-não-aceitou-o-fim-do-romance-e-queria-Juan-Pablo-a-qualquer-custo-porque-não-parava-de-pensar-em-seu-chá-de-cueca. Colocou lacinho cor de rosa e sapatinho. Fez reza braba, simpatia, colocou a cueca no terreiro, mas nada adiantou. Nada de nádaras. Só lhe restava uma coisa: planos-malignos!

Joaquina deixou seu cabelo crescer, vestiu-se de Mary Poppins e lembrou-se de sua máxima a la Paola Bracho. “Para conseguir o MEU homem, viro até Paulina Martins”.

Após assistir muito ‘Amigas e Rivais’ e fazer anotações em seu caderninho preto, Joaquina resolveu colocar seu plano em prática (sempre ao lado do seu sempre fiel amigo Bethoven). Aproximou-se sorrateiramente da ingênua e vulneravel Emiliana e, a la Hitchcook (lembra daquele som) apunhalou o romance de JP pelas costas. Len-ta e do-lo-ro-sa-men-te.

Quase À Beira de Um Ataque de Nervos, andando de um lado para o outro, ininterruptamente, Juan Pablo pensava: ‘E agora?’ pensou: ‘o que faço com Minha Super Ex-Namorada’?

Joaquina já não tinha mais limites.

Mas Juan Pablo que é Juan Pablo não desiste assim tão fácil. Inspirado em Joseph Climber, conheceu Espiridiana, cuja morte do romance ocorreu por causas naturais. Na realidade, Juan Pablo era tão atirador que a narradora aqui acabou perdendo as contas e já não sabe quantas apareceram e de quem está falando exatamente, e até gostaria de dar uma relida para recapitular, mas como já já começa o jogo (Brasil e Holanda na disputa para as semifinais da Copa do Mundo), prefere atropelar um pouquinho a história e chegar ao Ponto X.

O romance com Espiridiana não morreu. Só sofreu uma catalepsia. Enquanto isso, J.P conheceu Sandra Rosa Madalena e, com seu sangue fervendo pela cigana, terminou não percebendo que a cataléptica Espiridiana unir-se-ia à Joaquina em pessoa para, juntas, dominarem o mundo. Não não, o coração de JP.

Nesse ínterim, Joaquina entrou em Matrix, que havia sido dominada por um Shinigami e tinha como seu fiel escudeiro: Eu-Robô. Em Matrix, Eu-Robô ensinou Joaquina a acessar um sistema ultra-secreto de onde poderia efetuar todos os planos mirabolantes junto à sua nova parceira 007 Espiridiana: chamava-se ORKUT. Sandra Rosa Madalena, a pobre e doce Sandra Rosa, que se cuidasse...

E assim surgiu a comunidade “As ex-namoradas de Juan Pablo”. Juan Pablo descobriu e, junto à sua amiga Inteligência Artificial, fechou a Matrix.. cancelou seu Orkut. E deixou Joaquina, Espiridiana, Shinigami e Eu-Robô do outro lado do espelho. Só resolveu pegar o Bethoven porque achou ele muito fofinho e legal.

E assim ele decidiu ser feliz com Sandra Rosa Madalena, sem saber que o fofinho Bethoven, na realidade, era um espião do mal vindo do Planeta 51 a serviço de Sidney Magal. Bethoven terminou engolindo, junto às sandálias, o romance cheio de agitações e sangue em fervor com Sandra Rosa. E Juan Pablo sem inimigos, por fim, mas sozinho...

Sozinho uma pinóia. Juan Pablo que é Juan Pablo não desiste. E Juan Pablo faz jus ao nome e, insaciável, decidiu que não iria perdoar nem mesmo a narradora que aqui vos fala, e já começou a mostrar suas garrinhas. Ou melhor, suas cuequinhas. Mas como a narradora é uma pessoa séria-sábia-inteligente-ligaaada-e-que-já-conhece-toda-a-saga-JuanPablesca, o JP descobriu que vai ter que sair de todo esse enredo enrolado e entrar numa história, digamos, um tanto mais leve-legal-alegre-e-sem-tretas, mas para isso ele vai ter que escrever uma nova história também...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Deixa o vento soprar, let it be.."


Então nós iríamos nos ver. A desculpa: ele iria me pagar uma pizza ganha em uma aposta na época em que ainda podíamos dizer que estávamos ‘juntos’. Ou quase.

Mas não estávamos mais. Aliás, eu já estava em um quase-relacionamento com uma outra pessoa. Ele eu não sabia. Não sabia como seria a primeira segunda impressão, nem o primeiro segundo olhar, ou o primeiro segundo cumprimento, ou a primeira segunda conversa, depois de tudo. A gente nunca sabe o que sobra depois do fim, mesmo que já estejamos nele. Ou não?

O fato é que eu estava curiosa. Queria saber o que iria sentir, como iria reagir, como ele estava, de trabalho-planos-família-amor. Amor, também. Já havia se passado meses desde a última vez em que nos falamos e provavelmente – eu sentia, sabia, pressentia, previa - ele já havia provado outros gostos... mas até onde teria ido e até onde teria sentido e até onde teria me superado? Como seria vê-lo consciente de que não sou nem nunca fui dele, ou observá-lo como alguém que não é nem nunca foi meu?

Foi estranho. No mínimo.

Mas foi irreparavelmente familiar. Demos um sorriso e eu soltei uma piadinha. Daquelas que costumo soltar e que eu sabia que ele iria rir. Se não por achar graça, mas pelo menos para respirar direito e sentir alívio: ele notou e baixou a guarda.

Próximo passo: amenidades. Ele me contou tudo: está quase quase abrindo a clínica, resolveu o problema da grana, mas não encontra o cara para fazer o gesso, reclamaram porque ele ainda atendia na Ufal, briga de professores, mas vai continuar atendendo a talcliente na tal nova clínica. Deve abrir em agosto. Não de deus. Agosto mesmo. E ele mal pode esperar, mas está tudo tranqüilo, tudo na paz. Ele está fazendo musculação. Quer aprender dança de salão. Viu um jeito novo de ver a vida. Está feliz.

Passo seguinte: eu, claro, começo a cutucar a onça com vara curta (leia-se, com um palitinho de dentes). E amores? Vamos lá, sem melindres, conta tudo. Ele contou. Ficou com uma menina. Uma, duas, três vezes. Cansou. Viu que era melhor ficar sozinho do-que-ter-relacionamentos-superficiais. Entendi (eu disse..). ele não me perguntou ‘e você’. E completou: ‘não vou perguntar, não quero saber’. Ok. Tudo bem. Não digo. Fiquei sem palavras.

Ele pediu para tocar meu cabelo. Eu respondi ‘melhor-não’. Chamou para irmos à praia, com aquela voz que eu conhecia muito bem. respondi Melhor-Não. E na despedida..me chamou para um cinema e eu disse... vamos, sim, marcar um dia desses. Mas pensei ‘melhor-não’. Melhor não enganá-lo. Eu disse então ‘melhor-não’ e perguntei (pedindo e com medo) se poderia ser sincera. Ele disse ‘melhor não’ ou pelo menos não totalmente. me-diga-quase-tudo-mas-não-me-diga-se-estiver-com-alguém. “Melhor não dizer nada, então”, respondi. “Não dá para meios termos, você sabe. Ou te conto tudo ou não te conto nada’. Ele ficou no melhor-sim-melhor-não e no fim: “tudo bem, me diga”.

Eu estou com alguém sim. E entrei naqueles olhos de caramelo dele. Os olhos estavam duros, presos nos meus, sem aparência surpresa, sem qualquer indício de fraqueza. Ele respondeu: isso já estava previamente configurado. Eu não entendi. Como ele pode usar a palavra ‘configuração’ depois de eu ter lhe dito. Estou com alguém.

Prendi a respiração e soltei de uma vez, junto com o ar:

“Seja lá o que deu e o que não deu certo entre a gente... ficou. Pode ter certeza. Mas a gente se afastou, então eu fui em frente, eu não podia me interromper, sabe? E agora, claro, ver você mexeu comigo, mas não posso prometer nada agora. Você não merece banho-maria. Você não merece que eu esteja nem remotamente dividida entre você e alguém.”, consegui, finalmente, dizer.

Ele franziu as sobrancelhas e aqueles olhos de caramelo estavam duros, perfurando como aquele doce pontudo que vendem de porta em porta enquanto tocam aqueles sininhos. Ele me respondeu:“Eu não aceitaria uma situação paralela. E tenho certeza como você não faria isso comigo, nem com ninguém”.

Concordei com a cabeça. mas por dentro eu pensava ‘melhor ele não saber o quanto eu mudei’. “Eu não faria isso com você nunca”, reforcei, querendo, no íntimo, apenas retificar. Então olhei os olhos de caramelo e, ao invés dos sinos, ouvi aquela voz familiar me responder: “a historia da gente não terminou, mas eu não estou com pressa”.

Abriu a porta e saiu. “Como posso estar tão calma?”, pensei e fiquei segurando o volante do carro por alguns segundos, ainda. O sinal de alerta ligado, enquanto eu sinalizava para voltar para casa. Para voltar ao presente, de onde, eu sabia, não deixei em nenhum momento, mesmo ao encontrá-lo.