sexta-feira, 2 de julho de 2010

A verídica história de Juan Pablo e sua longa múltipla love story


Como diria Ariano Suassuna, o que é bom de passar é ruim de contar e o que é ruim de passar é bom de contar. Pois bem. Esta história que agora vos relato aconteceu com uma pessoa muitíssimo próxima que eu vou chamar, devido à proximidade dos fatos com aquelas novelas mexicanas dos anos 90, de Juan Pablo. Com o perdão da parcialidade em sua versão dos fatos – e da minha licença literária totalmente legítima – asseguro que esta é a mais destilada verdade a que pude chegar.

Pois então Juan Pablo conheceu Joaquina. Joaquina ficou perdidamente apaixonada por Juan Pablo. Juan Pablo a via como a menina com quem iria viver até o infinito (ou alguma coisa assim piegas-que-a-gente-sempre-quer-acreditar-que-existe.. e existe!). E assim eles tiveram horas, dias, ok, meses felizes e alegres e encantadores.

Mas nem tudo são flores. Ele descobriu com amargor e pequenas parcelas de dores.

Ocorre que Joaquina tinha um dragão em sua casa, que crescia cada vez mais sob a mesa de renda em que Juan Pablo mostrava todo o seu chá de cueca – aquele que servia justamente para segurá-la (mas a narradora que aqui vos fala não entrará nestes detalhes sórdidos). O dragão era a insegurança.. que soltava seu fogo gelado com cada vez maior força sobre o romance mexicano que Juan Pablo, com todos os seus dois metros e meio de altura, não conseguiu conter. Sim. O que parecia uma super história tipo Maria do Bairro terminou em algo como Alien x Predador. Quem era o Alien? Quem era o Predador? Até hoje não se sabe...


O que se sabe é que Juan Pablo reuniu todas as suas forças e disse Basta. “Yo solo quiero saber de lo que puede dar cierto”, cantarolava ele, com lágrimas nos olhos e uma garrafa de aguardente. Até que o Crepúsculo se foi e finalmente chegou... o Amanhecer...


Amanheceu com Francesca. Tudo era lindo e por do sol com Francesca. Mas Francesca morava em um outro país. A distância, os ventos fortes, a diferença de fuso-horário fez com que Juan Pablo deixasse Francesca naturalmente. Com muito pesar pelo fim, aguardente era o que lhe restava.

E porque Juan Pablo faz jus ao nome e não para quieto, belo dia conheceu Emiliana. “Emililililiana sim será a mãe dos meus 14 filhos”, pensava, esperançoso, imaginando-se no último capítulo da novela das 8. Ele, José Meyer. Ela, Vera Fisher. Tudo certo, perfeito, perfect, Love story total.

But Nooooot.

Tudo se revolucionou e o controle remoto mostrou o quão remoto era o controle de J.P sobre sua trama de vida. O que era romance virou uma super mistura de Atração Fatal (sem a parte da traição - até onde eu, a narradora, saiba).



Acontece que Joaquina-não-aceitou-o-fim-do-romance-e-queria-Juan-Pablo-a-qualquer-custo-porque-não-parava-de-pensar-em-seu-chá-de-cueca. Colocou lacinho cor de rosa e sapatinho. Fez reza braba, simpatia, colocou a cueca no terreiro, mas nada adiantou. Nada de nádaras. Só lhe restava uma coisa: planos-malignos!

Joaquina deixou seu cabelo crescer, vestiu-se de Mary Poppins e lembrou-se de sua máxima a la Paola Bracho. “Para conseguir o MEU homem, viro até Paulina Martins”.

Após assistir muito ‘Amigas e Rivais’ e fazer anotações em seu caderninho preto, Joaquina resolveu colocar seu plano em prática (sempre ao lado do seu sempre fiel amigo Bethoven). Aproximou-se sorrateiramente da ingênua e vulneravel Emiliana e, a la Hitchcook (lembra daquele som) apunhalou o romance de JP pelas costas. Len-ta e do-lo-ro-sa-men-te.

Quase À Beira de Um Ataque de Nervos, andando de um lado para o outro, ininterruptamente, Juan Pablo pensava: ‘E agora?’ pensou: ‘o que faço com Minha Super Ex-Namorada’?

Joaquina já não tinha mais limites.

Mas Juan Pablo que é Juan Pablo não desiste assim tão fácil. Inspirado em Joseph Climber, conheceu Espiridiana, cuja morte do romance ocorreu por causas naturais. Na realidade, Juan Pablo era tão atirador que a narradora aqui acabou perdendo as contas e já não sabe quantas apareceram e de quem está falando exatamente, e até gostaria de dar uma relida para recapitular, mas como já já começa o jogo (Brasil e Holanda na disputa para as semifinais da Copa do Mundo), prefere atropelar um pouquinho a história e chegar ao Ponto X.

O romance com Espiridiana não morreu. Só sofreu uma catalepsia. Enquanto isso, J.P conheceu Sandra Rosa Madalena e, com seu sangue fervendo pela cigana, terminou não percebendo que a cataléptica Espiridiana unir-se-ia à Joaquina em pessoa para, juntas, dominarem o mundo. Não não, o coração de JP.

Nesse ínterim, Joaquina entrou em Matrix, que havia sido dominada por um Shinigami e tinha como seu fiel escudeiro: Eu-Robô. Em Matrix, Eu-Robô ensinou Joaquina a acessar um sistema ultra-secreto de onde poderia efetuar todos os planos mirabolantes junto à sua nova parceira 007 Espiridiana: chamava-se ORKUT. Sandra Rosa Madalena, a pobre e doce Sandra Rosa, que se cuidasse...

E assim surgiu a comunidade “As ex-namoradas de Juan Pablo”. Juan Pablo descobriu e, junto à sua amiga Inteligência Artificial, fechou a Matrix.. cancelou seu Orkut. E deixou Joaquina, Espiridiana, Shinigami e Eu-Robô do outro lado do espelho. Só resolveu pegar o Bethoven porque achou ele muito fofinho e legal.

E assim ele decidiu ser feliz com Sandra Rosa Madalena, sem saber que o fofinho Bethoven, na realidade, era um espião do mal vindo do Planeta 51 a serviço de Sidney Magal. Bethoven terminou engolindo, junto às sandálias, o romance cheio de agitações e sangue em fervor com Sandra Rosa. E Juan Pablo sem inimigos, por fim, mas sozinho...

Sozinho uma pinóia. Juan Pablo que é Juan Pablo não desiste. E Juan Pablo faz jus ao nome e, insaciável, decidiu que não iria perdoar nem mesmo a narradora que aqui vos fala, e já começou a mostrar suas garrinhas. Ou melhor, suas cuequinhas. Mas como a narradora é uma pessoa séria-sábia-inteligente-ligaaada-e-que-já-conhece-toda-a-saga-JuanPablesca, o JP descobriu que vai ter que sair de todo esse enredo enrolado e entrar numa história, digamos, um tanto mais leve-legal-alegre-e-sem-tretas, mas para isso ele vai ter que escrever uma nova história também...

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