A situação era no mínimo engraçada. Ela chamou familiares e amigos para jantar. Entre eles, dois ficantes fixos. Eu a questionei sobre a decisão. Seria ‘arriscado’ colocá-los frente a frente. Um não sabe do outro. Mas ambos poderiam querem demonstrar um carinho que ultrapassa a amizade. Ela tentou argumentar, mas para os mais atentos e ligados, o mínimo deslize de um dos três poderia ser fatal. Diante dos convites feitos e da deselegância do desconvite, eu disse que ela estava ficando ‘doida mesmo’... E a responda foi surpreende:
“Fulana, estou aprendendo contigo essas coisas. Eu não era assim não, velho!”
“Se orgulhe, se orgulhe, sou sua obra!”
E agora eu vou explicar o que é a minha obra. Um verdadeiro contraste: é uma moça frágil e meiga a olho nu; e uma mulher forte e arisca analisada microscopicamente. E como diria a minha irmã, ela tinha tendências a “Madre Teresa de Calcutá” (ou seja, paciência e caridade com os namorados!) . Maaaaaas... tudo na vida tem salvação..! Ela também teria.
Pois bem, ela costuma chamar essa salvação carinhosamente de ‘devassa’. Calma. Isso eu também explico. É a vida amorosa da ‘devassa’ é uma tragédia grega. Ela tem traumas que a fazem enxergar e diagnosticar bem as situações alheias.
E essa tal PhD em vida amorosa alheia odeia lero-lero e adora poder, na condição de mulher, ter cabeça de homem... É o poder de inversão de jogo.. é uma troca temporária de papéis. E, a partir disso, a possibilidade real de diversão e felicidade sem culpa, sem cobrança.
É..mas minha ‘discípula’ é muito inteligente, eu já sabia. Com poucos meses de aulas teóricas, já está pondo em prática e com sucesso a teoria. E até ai, tudo bem. O que eu não esperava, era ser surpreendida pela terceira vez hoje. Ao comentar que eu estava quieta, ela foi irônica e meu deu dicas:
“E o Dito, hein? Ele tem o perfil do meu ficante fixo.. aprenda!”
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